Com potencial para chegar economicamente bem ao seu primeiro milhão de habitantes, mas dona de um Produto Interno Bruto (PIB) que é totalmente dependente do setor de serviços, responsável por pouco mais de 50% de todas as riquezas produzidas, a cidade de João Pessoa ainda é a locomotiva que puxa a economia paraibana. O PIB de João Pessoa, aferido em R$ 18,3 bilhões pelo IBGE, é um pouco maior que o dobro da segunda economia paraibana, Campina Grande (R$ 7,9 bilhões).
A capital lidera ainda que a cidade do Agreste paraibano seja reconhecidamente mais industrializada - para fins comparativos, enquanto a indústria na capital corresponde a um terço do montante gerado pelo setor de serviços, em Campina Grande o setor industrial é metade dos valores gerados pelo setor de serviços.
Para Wanderleya Farias, professora de Economia da UFPB e coordenadora do projeto de Extensão Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental de Municípios Paraibanos, a liderança pessoense na economia da Paraíba está intimamente ligada ao tamanho da população da capital paraibana e da estrutura montada em sua Região Metropolitana.
“A liderança do PIB pessoense no ranking estadual está associada à dimensão do seu mercado de consumo e às economias de aglomeração já existentes no seu setor produtivo que estimulam a vinda de novos empreendimentos para a cidade”, explicou.
Dados do IBGE em 2015 indicavam que o setor de serviços detinha 50,2% do Produto Interno Bruto municipal. A indústria ocupava o 2º lugar, com 18,7%, enquanto a administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social representavam 18,3%. Em contrapartida, a agropecuária era o setor com a menor participação percentual, de apenas 0,1%.
A participação expressiva do setor de serviços não é considerado um cenário particular de João Pessoa, pelo que conta a professora de Economia Paraibana na UFPB. Segundo Wanderleya, se trata de uma dinâmica que está sendo constatada na maioria das grandes cidades brasileiras e do mundo.
“A reestruturação organizacional das grandes empresas, iniciada no Brasil desde a década de noventa, promoveu a terceirização de diversas etapas do processo de produção e liberou um expressivo contingente de força de trabalho que foi absorvido pelo terceiro setor”, explicou.
Fonte: G1 Paraíba (https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2018/08/05/setor-de-servicos-responde-por-50-do-pib-de-joao-pessoa-o-maior-pib-da-paraiba.ghtml)